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Mary Shelley: A mãe da ficção científica

  • iridescentebr
  • 15 de mai. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de mai. de 2020

A obra de Mary Shelley além de ser a primeira do gênero ficção científica, criou o primeiro arquétipo, o cientista maluco



A Ficção Científica nasceu de uma aposta acertada por um grupo de amigos na casa do célebre poeta inglês Lord Byron, em frente ao Lago Genebra na Suíça. Nesse grupo de amigos estava uma menina de 19 anos, que tentada e desafiada pelos presentes se pôs a escrever madrugada a dentro uma história de terror que deveria ser apresentada no dia seguinte.


Essa jovem era nada mais nada menos que Mary Wollstonecraft Shelley, filha da escritora inglesa do século XVIII, Mary Wollstonecraft, uma das primeiras pensadoras do feminismo, tanto no campo da filosofia, quanto no da política. Sua mãe, em sua obra de 20 livros, entre eles romances, traduções de tratados políticos e livros infantis, defendia que, na época, os homens só eram superiores em relação as mulheres por causa do seu privilégio aos estudos, dizia “deixe a mulher compartilhar dos direitos e ela emulará as virtudes do homem.”, ou seja, acreditava que se as mulheres tivessem a mesma oportunidade de estudar que os homens de sua época, seriam capazes de grandes descobertas, criações e melhorias para a sociedade.


Mary Shelley, não conviveu com sua mãe, pois a mesma veio à falecer de infecção pós-parto logo após o seu nascimento em Somers Town, Londres, em 30 de agosto de 1797, acabou recebendo o mesmo nome de sua mãe e foi criada pelo seu pai William Godwin, precursor do movimento anarquista, que lhe deu uma educação diferenciada da dada para as mulheres de sua época.


A infância de Mary foi repleta de aprendizado e conhecimento, por influência de seu pai era estimulada a pensar e a criar, embora se sentisse emocionalmente carente e solitária. Foi uma criança mulher privilegiada, pois todas as meninas de sua época tinham sua criação voltada para as coisas do lar e do casamento.


Quando já tinha 16 anos, em 1814, Mary conheceu Percy Bysshe Shelley, um dos admiradores e seguidores do seu pai na política, se gostaram logo de início, mas havia um problema, Percy era casado e seu pai era contra o envolvimento dos dois. Isso tudo fez com que Mary e Percy fugissem para França e se cassarem em 1816, ocasião onde Mary recebeu o sobrenome Shelley de seu cônjuge.


No verão dos mesmo ano, Mary e seu esposo foram passar uma temporada, como dito acima, com Lord Byron na Suíça, lá, devido a uma tempestade que durou dias ficaram presos juntos com todo o grupo de convidados de Byron, onde passaram a maior parte do tempo lendo histórias de terror um para os outros, onde, em um desses momentos, foi feita a referida aposta.



Da aposta feita naquele verão surgiu o clássico o “Frankenstein” ou o “Prometeu Moderno” de Mary Shelley, que fora inspirado nas pesquisas que o italiano Luigi Galvani fazia na época, tais pesquisas eram pioneiras no campo da bioelétrica e do sistema nervoso, ele executava seus experimentos com corpos e os fazia mexerem através da eletricidade.


Todo esse ambiente da época e o debate ético, filosófico e científico que as experiências de Galvani haviam provocado, serviram para a genial Mary criar um dos maiores personagens da ficção científica, e embora o monstro não tenha nome, ficou popularmente conhecido pelo nome de seu criador, o cientista Victor Frankenstein.


A obra de Mary Shelley além de ser a primeira do gênero ficção científica, criou o primeiro arquétipo, o cientista maluco; e o um dos maiores temas da FC, o desejo do homem de tomar o lugar de Deus. Sua obra, embora tenha mais de 200 anos, ainda se mantém atual pela reflexão que causa, pois a partir dela é possível problematizar algumas questões contemporâneas envolvendo o uso da ciência e tecnologia na criação e manipulação da vida.



 
 
 

1 Comment


Vinícius Pereira Iridescente
Vinícius Pereira Iridescente
May 18, 2020

Que mulher fantástica, sua obra repercute até hoje, é muito atual!

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